O livro “Irmão Negro”, de Walcyr Carrasco, foi muito apreciado pelos alunos e possibilitou várias discussões acerca do preconceito. Com certeza, todos saímos com um olhar diferente em relação a essa temática. As famílias, inclusive, foram parceiras ao serem entrevistadas pelos estudantes.
Leia, a seguir, uma entrevista produzida pela aluna Thaís Braga de Castro Rodrigues, da 5ª J:
Racismo, mal-Social
Seu nome é Maria da Conceição, mas gosto de chamá-la de mãe.
Fez faculdade de Filosofia e Direito e sonha em fazer uma de teatro.
Ela já foi advogada, entretanto hoje é auditora fiscal e atriz em treinamento. Mas, apesar de não ser formada em teatro, ainda, já estrelou em peças como: “Guerra e Paz”, “Luz, Câmera, Emoção” e outros pequenos eventos teatrais.
Thaís: O que é o racismo em sua opinião?
Mª Conceição: O racismo é uma ideia pré-concebida de que alguns povos são superiores aos outros em função de suas características ligadas à hereditariedade, inteligência, valores culturais, entre outros aspectos. É uma forma de segregação com intuito de obter dominação.
Thaís: Para você, por que as pessoas são racistas se sua maioria possui afrodescendentes?
Mª Conceição: Essas pessoas são racistas porque ignoram, ou fingem ignorar, que a formação do povo brasileiro é resultado da miscigenação na qual a população negra da África também participou como elemento formador.
Thaís: Certa vez, ouvi o seguinte comentário: “Se um afrodescendente usar uma camisa escrita CEM POR CENTO NEGRO, ninguém o diz racista. Porém se uma pessoa de pele caucasiana vestir-se com uma blusa contendo a frase CEM POR CENTO BRANCO, todos o chamam de racista. O que você acha disso?
Mª Conceição: Antes de tudo, as duas frases não são verdadeiras, porque ignoram também o processo de miscigenação e ambas são preconceituosas, já que procuram dividir a raça humana em função da cor da pele.
